Agentes de Mudança: O que você vem fazendo para se consolidar como um?

Desde o início da pandemia muito vem sendo feito e produzido para apoiar o micro e pequeno empresário, que representa aproximadamente 99% do total de empresas abertas de acordo com o IBGE (2019). Entretanto, o último dado disponível, segundo o mesmo IBGE (2020) mais de 510.000 empresas apontam a própria pandemia como motivo para fecharem suas portas em definitivo. As razões podem ser muitas: seja por conta de terem sido forçados a fecharem por conta das medidas restritivas impostas pelos governos municipais e estaduais que acabaram por impactar diretamente as suas receitas, seja por não terem recebido em tempo hábil um apoio financeiro mais consistente do governo para arcar com custos diversos, seja pela incapacidade de caixa em pagar suas folhas de pagamento ou fornecedores ou mesmo por conta da falta de costume em inovar e sair da zona de conforto para se adaptar à novas tendências de mercado que lhes têm sido impostas.

Há quem diga que, depois de um tempo, com a criação da nova e tão sonhada vacina e imunização em massa da população mundial, as pessoas voltarão aos seus hábitos normais de consumo e que essa história de “novo normal” é uma grande falácia. Há quem diga que os negócios não serão mais os mesmos depois dessa pandemia e que algumas mudanças nos hábitos de consumo e nos processos organizacionais vieram para ficar. O que sei é que os cientistas estão fazendo a parte que lhes cabe e que no mundo das organizações, a pandemia do coronavírus trouxe uma das coisas que é certa na natureza: a mudança.

               Apenas como um exemplo positivo da aceleração das mudanças trazidas pela pandemia do novo coronavírus, posso afirmar que nunca li tanto a respeito das discussões de como instituições seculares como as escolas e universidades estão se reinventando para promover uma experiência de aprendizagem significativa aos seus estudantes. A grande maioria das escolas no mundo repete um modelo que vem sendo utilizado há alguns séculos. Tanta coisa evoluiu, tanta coisa mudou que até ‘anteontem’ falar em universalização do acesso à internet era algo muito distante. Mas com o surgimento do coronavírus, temas como esse passaram a ganhar mais visibilidade na discussão de políticas públicas de educação.

               Poderia aqui fazer uma lista de softwares úteis para serem usados durante a pandemia, uma lista de habilidades técnicas e comportamentais que podem ser trabalhadas/adquiridas durante momentos de quarentena, ou mesmo uma lista daquilo que mudou ou mudará no mundo das organizações pós-vacina contra o coronavírus, mas tudo isso já está mais do que disponível e discutido (Se tiverem dificuldade em encontrar alguma informação como essa, podem me escrever diretamente, que compartilho alguns artigos que tenho lido nos últimos dias).

No final, aqueles que estiverem mais conectados com as principais tendências e tecnologias disponíveis no mercado, que tiverem a maior capacidade de reaprender ou ressignificar um conceito ou um processo, que conseguirem abrir o seu coração e a sua cabeça para o novo e para as novas gerações buscando integrar as diferenças e conviver com as diferentes opiniões e perspectivas, estarão sem dúvida mais fortes e serão agentes de mudança dessa revolução que já começou.

               Portanto, minha contribuição para esse momento é perguntar e provocar a cada um dos empresários e líderes que trabalham em organizações públicas, privadas e do 3º setor: o que vocês estão fazendo durante a pandemia para se consolidar como um agente de mudança? O que vocês estão fazendo para “contagiar” positivamente a sua equipe e aqueles que trabalham com vocês para que sejam também agentes de mudança?

Marcos Dias Rêgo

Fontes:

IBGE, Demografía das Empresas e Estatísticas de Empreendedorismo (2019) Retirado em 30/07/2020 em https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101671.pdf

Agência IGBE, Notícia (2020) retirada em 30/07/2020 em https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/28295-pandemia-foi-responsavel-pelo-fechamento-de-4-em-cada-10-empresas-com-atividades-encerradas

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